Quando o grupo californiano Linkin Park entrou no cenário musical mal imaginavam tamanha proporção que seu trabalho iria tomar: dominou gerações através de suas mensagens com uma certa brutalidade em suas músicas. Deixando bem claro a muitos o seu potencial, nunca foi uma banda presa a um estilo, mas uma banda que procurou amadurecer e evoluir, e vendo o que poderiam criar, não ficaram presos a uma receita já utilizada.

Podendo dedicar-se, explorar e buscar recursos diferenciados, o Linkin Park fez uma aposta totalmente diferente na forma de produzir uma música comparada com seus projetos anteriores, hoje 19 de maio de 2017 o grupo lança mundialmente seu sétimo álbum de estúdio, intitulado ‘One More Light’. Se muitos consideraram o ‘A Thousand Suns’ um divisor de águas, bom este novo trabalho com toda certeza será o próprio Mar Vermelho sendo aberto ao meio.

Seu sétimo álbum veio com um propósito totalmente diferenciado, sua sonoridade e sinceridade chegam até nós como uma bela mensagem. Comparado com os demais, este nos dá a dimensão de como é algo totalmente “pessoal” e profundo.

Diversos temas anteriormente foram abordados, como política, guerra, desigualdade social e racial, mas o One More Light faz com que pensemos em nós mesmos e nos faça olhar as coisas de uma outra forma, enfrentar nossos problemas, reconhecer nossas falhas e buscar sempre o melhor, trazendo mais tranquilidade e para alguns até mesmo um propósito, cada letra reflete de forma diferente na vida de cada pessoa. Um álbum para se escutar no dia a dia, relaxar e curtir, o Linkin Park quebra a barreira novamente com este magnifico e bem elaborado álbum, mostrando que sim tudo evolui no cenário musical.

Nobody Can Save Me

– Começando com uma batida leve e suave deixando-a ser dominada aos poucos pela calma voz de Chester, encontrando seu ápice no refrão onde seus tons são mais elevados, mas de certa forma que a tranquilidade da música permaneça intacta, com suas elevações e a inclusão de uma guitarra onde seus riffs entram na melodia e viajam com ela até o fim.

Good Goodbye (feat. Pusha T & Stormzy)
– O segundo single do álbum nos traz a participação especial dos Rappers Pusha T & Stormzy, algo já utilizado em seus trabalhos anteriores que se mostrou dar muito certo foram as colaborações, a música é iniciada com Chester e uma batida leve de piano que cresce até nós mostrar a força da batida de Hip-Hop, sem deixar transparecer nossos vocalistas entram no ritmo e despejam suas rimas onde são separadas pelo refrão que é cantado de forma mais pausada e calma.

Talking to Myself
– Uma das músicas mais agitadas de todo o álbum, tem como principais características sua percussão e guitarra unificadas criando um ritmo contagiante com elementos eletrônicos dando um equilíbrio, tendo o vocal de Chaz um pouco mais alterado em seu refrão, mas sem exagero.

Battle Symphony
– Segunda música liberada pelo grupo, não foi considera um single, mas com toda certeza teve seu destaque para os fãs dominando a todos que a escutavam, a música cai como uma bomba na vida pessoal de muitos, sua batida com elevações no tom que parte de algo leve para algo mais intenso se encaixando nos vocais de Chester como se fosse um pedido de socorro.

Invisible
– Nesta faixa podemos ver a força e o carisma de Mike, toda a música é cantada por ele onde consegue expressar através da letra e tom de sua voz a sinceridade e harmonia, principalmente quando canta a frase “I was not mad at you, I was not trying to tear you down…”, a música tem uma batida tranquila com efeitos eletrônicos somados a uma bateria tornando esta junção ainda mais completa, ficando um pouco mais forte a medida que se aproxima do refrão.

Heavy (feat. Kiiara)
– O primeiro single lançado e com toda certeza a música mais pop já feita pelo o grupo, tem o propósito de nos passar a mensagem de quão difícil pode ser a vida, mas que não devemos desistir, a canção se torna ainda mais emocionante e intensa quando somado a voz da cantora Kiiara e de Chester, ambos passam através de suas vozes a dor e o sofrimento, uma mistura que veio para agregar, seu conjunto sonoro aumenta de forma progressiva no decorrer da música deixando sua mensagem ainda mais clara.

Sorry for Now
– Mais uma vez podemos escutar Mike cantando de forma suave e elevando sua voz gradativamente até voltara o tom suave, Chester complementa os vocais deixando sua marca no Rap, mais uma vez o grupo usa ritmos eletrônicos com a composição dos demais instrumentos no decorrer da música em batidas leves. Música feita como um pedido de desculpas pela ausência e distância da família.

Halfway Right
– Um início diferente do que estamos acostumados, um estilo muito utilizado pelo grupo Fun, início cantado com uma evolução das batidas eletrônicas sem ultrapassar tons elevados, tem pontos que permanecem apenas o piano e vocal voltando ao seu ápice. Pelo seu estilo apresentado pode acabar se tornando a música mais fraca de todo o álbum.

One More Light
– Música título do álbum, expressa a verdadeira mensagem de todo o conjunto apresentado, música feita em homenagem a alguém próximo a banda que não está mais junto de nós, todo o conjunto vem com um sentido emocional muito grande a guitarra seguida do piano como algo único incorporados a voz de Chester que deixa seus sentimentos a mostra ao pôr na letra sua marca. One More Light é a música mais calma de todo o álbum que torna a emoção, angustia e a perca em ritmo que mostra o quanto é importante estar em pé.

Sharp Edges
– Música de encerramento, com estilo um tanto parecido aos do cantor Jack Johnson, aos toques do violão num ritmo extrovertido e único o piano deixa ainda mais harmônica a canção com elementos eletrônicos suaves de fundo apenas dando um toque a mais, Chester canta de forma com que sua voz entre em sintonia com o violão. Mais uma vez o estilo mostrado não compete ao que os fãs conhecem.

Linkin Park assumiu um risco muito grande colocando em prática o desenvolvimento deste trabalho, quebrando completamente o estilo que deram início, elementos jamais utilizados foram explorados pelo grupo, criando uma nova marca e definição.

 

Por: Rodrigo Becker (RTR:BR)