A Professora Tina Seelig, da Universidade de Stanford, entrevistou Mike Shinoda do Linkin Park sobre o curso ministrado por ele chamado “Criatividade: música para meus ouvidos”, na entrevista abaixo Mike fala da “inspiração” e “criatividade” e visão sobre o futuro e o processo de gravação do Linkin Park. A entrevista aconteceu em 24 de fevereiro de 2014
Mike Shinoda contou que acabaram de terminar algumas canções com Andy Wallace, que veio de Nova York especialmente para terminar elas. Ele diz que as músicas são muito fortes e graças à mixagem de “Jason” todo o prédio sacudiu enquanto faziam mixagem.
A professora Tina pergunta a Mike Shinoda de onde vem essa inspiração e onde encontra tempo na hora de criar a música e como ela evoluiu ao longo do tempo.
Shinoda disse ter evoluído muito. Com base em uma idade precoce (18/19 anos) foi quando iniciou na base do hip hop, criando a primeira música e colocando a voz por cima com um objetivo orientado ao Rap.
“Nós começamos a partir daí, tratando de forçar as letras a fazerem parte da canção e por vezes não funcionava, e tinha que trabalhar muito duro para que as palavras e as melodias funcionassem. Lembro-me de uma vez, em nosso segundo álbum, nós terminamos todas as músicas, exceto o coro do nosso primeiro single, que é muito importante. E chegamos ao ponto de mixar a música e fazer Chester voar de Los Angeles para Nova York e sentar lá dizer “este coro é, esse refrão é, este é ‘e chegou a 30 opções de coros antes de encontrar um que nós gostamos o suficiente para colocar na música”.
Em seguida, Mike começa a falar sobre o processo com Rick Rubin, onde os levou a um outro processo de composição com um estilo mais tradicional. Muitos dos artistas que trabalharam com Rick alguns lendários como Tom Petty, Johnny Cash falaram de como “Uma parte vai levando a outra parte, e você vai logo perceber que ‘oh eu tenho essa grande música, porém tenho de colocar a melodia e que ela precisa desse coro ou alterar o ritmo um pouco “assim que de certa forma que é parte do processo, temos integrada isso e eu acho que o nosso processo está agora um pouco mais assim.”
Tina Seelig destaca o grande trabalho de equipe que requer escrever e gravar uma música, pede a Mike Shinoda para descrever a “criatividade nessas equipes” e se há momentos em que funciona bem e outras não.
Mike Shinoda disse que geralmente os caras da banda se dirigem a ele para definir o tom e obter a linha do álbum juntos. Normalmente é ele quem mostra as demos,”é assim que funciona”, diz ele. Ocasionalmente se juntam em grupo para compor alguma coisa, mas eles não são uma banda que se dedicam a tocar juntos, eles tentam de vez em quando, mas confiam mais no trabalho em pequenos grupos, “Yo, nosso guitarrista Brad e nosso cantor Chester.”
Seelig diz que suas músicas são realmente poderosas, e se pergunta dá onde elas surgem. Um ponto em que, como é capaz de trabalhar sobre essas emoções e onde surgem as raízes de uma canção.
Mike diz que é diferente para cada banda. Ele descreve a sua banda como mais global. Eles se reúnem para ouvir música no estúdio e conversar por 2 ou 3 do que se tratam as canções.
“Para ter uma ideia, houve momentos atrás com A Thousand Suns, onde começamos querendo um Tema A e esse tema teve de mudar. Escrevemos inspirados em ” Dark Side Of The Moon” e uma dezenas de álbuns surgiram durante a conversa. Mas nos demos conta que você se você deseja fazer um álbum que a leitura seja sobre a humanidade destruindo-se a si mesma, mas que servirá de metáfora para as relações pessoais, etc, porém ao escutar o álbum é provável que a partir da sua primeira leitura seja as citações de Oppenhaimer falando sobre a bomba atômica e etc, mas ao mesmo tempo te faz pensar em termos de relações pessoais destruindo se a si mesmas, acho que é onde as canções se tornam mais interessantes.”
O professora pergunta a Mike se ele busca outras coisas para inspirar-se na hora de compor uma música.
Shinoda conta que trata de conseguir algo de arte que seja suficiente para a sua inspiração e se isso não acontecer, geralmente são filmes … O estúdio onde trabalham agora tem uma TV atrás do console e Rob Cavallo (produtor da canção The Wastelands de The Hunting Party) coloca filmes silenciosos (em mute) para sentir a influência da vibração da música sobre eles, enquanto vão criando a música.
“Eu acho que não há muita diferença com as pessoas que escrevem e se sentam em cafés, eu ouvi de autores e escritores que me disseram que se sentam para escrever em Starbucks, porque eles se sentam para ver as pessoas e ouvir conversas e assim flui as ideias. É muito aleatório, mas que necessitam de amostras aleatórias da vida real para descrever isso.”
Tina Seelig pergunta quais são suas ferramentas para ir atingindo seus objetivos.
Mike diz que incentiva todo mundo a se concentrar muito na criação, no processo criativo, como uma banda que nunca saiu com a primeira versão de uma música, que nunca aconteceu com eles. Há sempre uma maneira melhor de fazer, quer dizer, você sempre pode fazer melhor.
Seelig convida-o a pensar no futuro, porque as coisas mudam muito rapidamente, e as pessoas produzem música, distribuem música, consomem música, compartilham música, descobrem a música. Ela pergunta se ele tem uma opinião sobre o que é mais emocionante para um cara no futuro.
“Eu acho que a primeira coisa que vem à mente, são os vídeos de música. Falar sobre os vídeos de música, sobre o que se passa com a música, nem todas as bandas são equipados para criar a parte visual que vai com a sua música. Nos somos muito sortudos porque 2 meninos dos 6 foram para a escola de arte, e têm ideias muito específicas. Quando estamos no ônibus nós brincamos com os papéis é claro. Todos os garotos estão mais interessados em buscar mais informações e outras bandas simplesmente não tem isso, eu sinto às vezes que pode ser muito difícil para uma banda que tem uma grande música, mas é pobre visualmente e espero que essas bandas aprendam a confiar em sua representação músical, em vez de ser uma banda que faz grandes vídeos.
Além disso, sinto que vídeos de música são chatos para mim neste momento, eu quero fazer qualquer coisa, menos vídeos musicais, mas eu acho que são necessárias em algum grau. Nosso canal no YouTube tem 3 milhões de assinantes, como? eu não sei. Nós tecnicamente temos quase 2 bilhões de visualizações no nosso Linkin Park TV no Youtube, mas houve um ponto em que nossa marca teve uma disputa com o Youtube e eles removeram como centenas de milhões de visualizações no qual foi bastante chato por que os nossos números eram 1 bilhão ou alguma coisa assim. Embora seja um número enorme e eu sei que se as pessoas veem vídeos ali é porque há algo lá e porque o Youtube é um serviço de streaming neste momento. Dito isso, entendo que este álbum eu não quero que haja apenas vídeos, que tenha algo que envolva os fãs de forma diferente e chamar a atenção e ter algo interativo, há algo (risos), eu não sei como ele pode ser. Nós temos um monte de ideias, mas eu quero seja algo mais do que apenas sentar e assistir.” Confira o video abaixo:
Fonte: Stanford Tech Ventures Program