Mike Shinoda novamente é entrevistado, desta vez pela The Times Japan, e conversa com o jornalista sobre suas expectativas nessa Turnê pela Ásia, Summer Sonic, suas experiências no Japão, Music For Relief, comenta sobre sua aparição na Bathing Ape e é claro Linkin Park.

Leia a matéria traduzida abaixo.

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The Japan Times conversa com Mike Shinoda

Headliners do Festival, aparecem na Bathing Ape

Mike Shinoda do Linkin Park sempre começa suas viagens à Tóquio da mesma maneira. Pela diferença de fuso horário e incapaz de dormir na primeira noite, o membro fundador da banda fez um ritual de ir ao mercado de peixes de Tsukiji em torno das quatro horas para pedir um sushi e uma cerveja.

“Essa é uma rotina que tenho por muitos anos,” disse Mike.

E, como Linkin Park se aproxima de duas décadas juntos, eles foram inúmeras vezes ao Japão. Agora eles estão de volta para se apresentar este ano no Summer Sonic, um festival que Mike conhece bem, depois de ter tocado também com seu projeto paralelo, Fort Minor.

O músico, o qual tem um pai japonês/americano, diz que sua descendência “definitivamente” acrescenta um significado pessoal para suas visitas aqui. Mas quanto ao seu passado fazer o público japonês sentir uma afinidade extra pela banda, não é algo que ele é capaz de julgar por si mesmo.

“É possível,” diz ele. “Eu posso te dizer que quando tocamos lá, eu não sou o único que olha para isso, e alguns de nossos caras ficam animados para ir, e é baseado no fato de que sempre tivemos uma ligação forte com as pessoas e os fãs e o país.”

De acordo com Mike, Linkin Park nunca deixa de se surpreender com a versatilidade das multidões japonesas.

“Quando é hora de se divertir eles elevam isso ao nível mais alto,” ele diz. “E quando é hora de parar, eles podem fazer isso também.”

Ele nunca vai esquecer o momento que a barricada na frente do público em Tóquio quebrou, e eles tiveram que dar uma pausa no show por um momento. Mas só por um momento.

“Essa é uma situação que coloca os fãs na frente em risco,” ele diz. “E eu não sei se os fãs japoneses serão capazes de apreciar este, mas eu posso dizer com um alto grau de certeza que se isso acontecesse em qualquer outro país, poderíamos ter que parar o show por uma hora ou talvez não terminar, porque seria impossível fazer as pessoas a se organizarem, se acalmarem e saírem do caminho para que possa ser consertado.”

Mas nesse caso, “um dos caras da produção saiu do palco e pediu para todos darem um passo para trás para consertarem a barricada. Isso aconteceu quase imediatamente,” Mike Shinoda disse. “Isso é exclusivo do público japonês, e uma coisa incrível de se ver.”

Linkin Park foi capaz de testemunhar esse mesmo espírito de comunidade e de cooperação em circunstâncias muito mais terríveis durante sua solidariedade em 2011.

A última vez que a banda esteve no país, eles se envolveram em prover ajuda ás áreas devastadas pelo terremoto, visitando Ishinomaki, Prefeitura de Miyagi, com sua ONG, Music For Relief. Eles fizeram parceria com outra organização, Save The Children, para proporcionar as crianças daquela região material escolar, transporte, alimentação e apoio emocional.

Eles ouviram uma série de histórias comoventes, enquanto eles estavam na área, uma das mais memoráveis ​​vindo de um diretor de escola primária.

“Ele falou sobre o recolhimento de todas as crianças, e elas foram capazes de fazer o seu caminho até o telhado da escola onde eles viram a água subindo e subindo e subindo, e elas estavam ilhadas no meio de todo o caos,” Shinoda relembra. “Pessoas de outros edifícios foram se agarrando a qualquer coisa flutuante ou nadavam até o seu teto. No final de tudo, eles nos disseram que eles não perderam uma única criança.”

Claro, ele aponta, nem todos tiveram sorte. A banda também ouvi várias histórias incrivelmente tristes de sobreviventes da catástrofe que perderam membros da família. Mike tem uma lembrança amarga de uma aula de música do Linkin Park que ajudou a organizar em uma escola em Miyagi. A aula foi projetada para fornecer aos estudantes secundaristas uma tomada muito necessária para suas atitudes.

“Os professores nos disseram que era um lugar onde talvez pela primeira vez viu várias crianças se abrirem, terem sorrisos em seus rostos e se divertirem no início da recuperação, quando tudo era muito grave, triste e escuro,” ele disse. “Eles poderiam ir para a aula de música e esquecer de tudo por meia hora, o que era, em sua opinião, uma grande coisa.”

A contribuição da banda não terminou com a visita a área que foi mais atingida. Eles fizeram um álbum chamado “Download to Donate: Tsunami Relief,” que tem participação de R.E.M., Tegan and Sara, Talib Kweli, entre outros. A música do Linkin Park nesse álbum, “Issho Ni”, era uma faixa instrumental com elementos eletrônicos e uma corrente de esperança.

Ainda, mesmo em tempos de crise, os fãs devotados de Linkin Park não recuaram de suas críticas construtivas. Alguns disseram que a música era muito lenta, e deveria ter apresentado vocais. Na postagem em seu site, mikeshinoda.com, o músico convidou as pessoas para remixar a faixa ou adicionar suas próprias letras.

“Estávamos apenas tentando agir o mais rápido possível,” ele disse.

O músico, que se formou em ilustração na Art Center College of Design em Pasadena, California, tambés desenhou duas camisetas para a causa, uma delas com o escrito “Not Alone”.

Após o seu regresso ao Japão, Linkin Park lançará mais uma camiseta, dessa vez em comemoração a sua turnê na Ásia (que começa no Summer Sonic e passa através das Filipinas, Hong Kong, Taiwan e Malásia). A banda se juntou com A Bathing Ape para dois projetos diferentes, uma apresenta os membros da banda desenhada no estilo do mascote de uma marca de roupa japonesa, Baby Milo. Shinoda gostou muito do “Baby Milo Shinoda”, ele está o usando atualmente como seu avatar no Twitter (@MikeShinoda).

A banda fará uma aparição na Bathing Ape Store em Shibuya no dia 9 de Agosto para lançar a camiseta e dar autógrafos. Mas boa sorte em ter uma dessas; eles fizeram somente 47, que estarão disponíveis através de um sistema de sorteio.

Fãs de Linkin Park ficarão felizes em saber que depois da turnê na Ásia, a banda voltará a estúdio e trabalharão em seu sexto álbum, o sucessor de “Living Things” de 2012.

“Este turnê na Ásia é a nossa única turnê que temos agendada, provavelmente, até termos um pouco mais de música para poder lançar, eu imagino,” diz Mike Shinoda.

A sugestão de “mais música” pode vir como um alívio, por o vocalista Chester Bennington aparecer como o novo vocalista do Stone Temple Pilots que poderia ameaçar a colocar a banda em segundo plano. Bennington vai substituir o ex-vocalista conturbado da banda, Scott Weiland, durante a turnê nos Estados Unidos em Setembro, como também em um novo EP. Mas Shinoda deixou claro que Bennington está trabalhando em seus shows com STP em torno da programação de gravação do Linkin Park – sua banda principal ainda é a prioridade.

Quanto o processo de como está agora em seu novo álbum, o músico diz que a música é um constante trabalho em andamento.

“Estou escrevendo sempre,” ele diz. “Estou sempre em processo de escrita, e é sempre algo que eu faço, seja no carro ou hotel, ou em casa.

“Em certo ponto, é hora de recolher as demos, mostrá-las pros caras, ter algum feedback e rabiscar nessas músicas. Estamos nessa última parte do processo agora, e nós estamos esperando para ter algo no próximo ano.”

E depois disso, quem sabe? Mike Shinoda não está certo da ideia de reviver seu projeto solo, Fort Minor, que tem um álbum, “The Rising Tied” lançado em 2005. Mais pro lado hip-hop do que o natural nas músicas do Linkin Park, o Fort Minor apresenta raps com participações de Black Thought do The Roots e Common, com também o cantor John Legend.

“É uma possibilidade,” ele disse. “Eu não sei quando isso poderia ser — poderia ser mais cedo, poderia ser mais tarde, eu não sei. É apenas uma questão de estar no estado de espírito certo, estar no momento de dizer ‘agora é a hora.’ ”

Fonte: The Times Japan via Mike Shinoda Clan