Durante uma parada na turnê (que no momento estava em Chicago) a Boston Globe entrevistou por telefone o Mike Shinoda. Confira a entrevista abaixo:
“Eu não acho que nós fizemos algo “meia-boca”.’’ Isso é como Mike Shinoda explica a mudança sônica de sua bandam Linkin Park, feita em 2010 no álbum A Thousand Suns.
Pelo telefone em uma parada da turnê em Chicago, o raper e produtor do Linkin Park disse que ele e seus companheiros de banda começaram esse novo caminho com seu álbum anterior, “Minutes to Midnight.’’ Mas nesse momento, eles sabem a alteração radical foi necessária. Em vez de canalizar toda a sua revolta em riffs, gritos e raps fortes, a banda, com o retorno da co-produtor Rick Rubin, exploraram o lado mais eletrônico, ambiente, e mais maduro.
“Nós não tentamos ofender os fãs de ‘Hybrid Theory’ e ‘Meteora.’ Nós tentamos que a música fosse um desafio para nós, que nos levassem para outro lugar,’’ disse Shinoda. “Nós percebemos que [o som antigo] foi a coisa que estava vendendo, mas nós decidimos tomar esse risco.’’
Pergunta. Você trabalhou com Rick Rubin de novo em “A Thousand Suns.’’ Como foi isso? Foi ele que disse para você irem nessa nova direção?
Resposta. Na nossa última gravação nós estavamos tentando quebrar os limites de um som que nós mesmos fizemos e não queriamos fazer essa coisa novamente. Procuramos fazer algo diferente, então ele foi dando ajuda moral e as ferramentas para encontrar novos caminhos de fazer sons. Na nova gravação já estavamos confortáveis com o que era desconfortável. Nós quase gravamos nós mesmos mas nos reunimos com Rick e as coisas se encaixaram. Ele entendeu as demos. Ele entendeu onde nós queriamos que a direção do álbum fosse.
P. Qual tem sido a reação da gravação? Eu penso que isso foi muito interessante, mas eu pergunto se eu sou a minoria disso.
R. Eu penso que você não está certo nesse ponto, que eu estou feliz em dizer. Eu sinto que nós tivemos sorte da turnê ter funcionado da maneira que aconteceu, porque os EUA teve um tempo extra para se acostumar com o álbum — porque é um álbum diferente. É cheio de idéias, um álbum denso, sonoricamente e tematicamente; e para ser honesto, eu estou surpreso quando eu ouço as pessoas dizerem que eles gostaram na primeira vez que ouviram. Na maioria das vezes, você ouve as pessoas dizerem que tiveram que se acostumar com isso ou deixar crescer dentro dela. E isso é bom. Nós pensamos que isso foi um tipo de gravação que nós estamos fazendo.
P. Há definitivamente uma divisão do seu público, especialmente os fãs de metal, que tem se decepcionado com o vocal. Mas você acha que já ganhou os ouvintes de novo?
R. Eu literalmente ouvi alguém dizer, “quando eu vi que isso era Linkin Park e eu fui ouvir o álbum, eu não gostei disso porque é muito esquisito. E então eu ouvi essa música nova no rádio e eu não sabia que banda era, e por eu amar ela eu fui comprar e era o Linkin Park.’’ Eles tem o estranho e velho repertório do Linkin Park em suas mentes e em breve eles irão gostar do novo álbum. Isso é o que precisamos agora, pessoas de mente aberta que Linkin Park não é sobre uma coisa.
P. Vocês estão juntos por 10 anos, qual o segredo desse “casamento” musical?
R. Eu penso que nós tivems sorte com isso. Eu não sei se nós somos anormais ou não. Nós somos bons amigos e nós ainda estamos em estúdio e turnê. Nós ainda saimos no nosso tempo livre e acredite ou não, isso é raro para muitas bandas.
P. Pop, dance, e hip-hop tem sido dominante nos últimos anos, com rock perdendo um pouco da sua identidade. O que você pensa sobre isso?
R. Eu não sou um cara que fica ligando para gráficos e eu não sigo o que está em alta. Eu sei que eu gosto, das coisas que ninguém faz, e eu não tenho ouvido muito rock nos últimos anos porque está chato. As bandas rocks que eu gosto — Phoenix, the Temper Trap — tendem a ter algo de especial sobre eles que traz para fora a experiência e torna mais original e único. Eles foram por um longo período de tempo Houve um longo período de tempo onde as bandas estavam imitando coisas dos anos 60 e 70, e isso é bonito por um momento, mas se você não pode trazer algo a mais para a mesa, você só poderá prender o interesse das pessoas por pouco tempo.
Fonte: Boston Globe e LPTimes