Mike Shinoda postou em seu blog sobre o artigo que ele fez para a revista The Big Issue. Leia abaixo o que ele fala sobre isso e o artigo traduzido que fala mais sobre o Music For Relief e comenta sobre o Linkin Park Recharge, que é o jogo voltado para Facebook.
Há poucos meses atrás, eu fui abordado por um editor de uma revista do Reino Unido chamada “The Big Issue.” Essa é uma revista de notícias que se orgulha em ser “uma ajuda, não apenas um informativo”. Eles combatem o problema da falta de moradia oferecendo à pessoas qualificadas a oportunidade de conseguir renda própria através da venda de cópias da revista.
Eu escrevi dois artigos para a Big Issue. Uma nova edição saiu agora, com meu primeiro artigo como seu correspondente americano. Você irá ter uma cópia disso para ler; abaixo está o meu primeiro, de Setembro.
POWERLESS: O EFEITO DA QUEDA DE ENERGIA NA INDIA SOBRE O LINKIN PARK
Na minha banda, Linkin Park, eu ajudo a supervisionar a composição, a produção, a direção artística e a mídia social. Eu venho desenhando e fazendo música desde que eu era uma criança. Meu pai trabalhava na indústria aeroespacial e nos apresentou o computador pessoal em 1984, pouco depois do famoso anúncio de estréia da Apple em 1984.
Eu sempre fui um fã de jogos – até comecei meu próprio clube, com amigos de escola, nosso objetivo era zerar todos os jogos da Nintendo que jogássemos (eu tinha o recorde da equipe, terminei um jogo 1 hora e 15 minutos depois de começar a jogar pela primeira vez).
Quando estou sentado no meu quarto de hotel, estou com meu computador. Meu celular está próximo a mim. Normalmente eu não fico sem eles por mais que alguns minutos. Eu trabalho, ouço música, crio, socializo, e jogo com eles.
Eu sobreviveria sem eles, mas não felizmente. Estou no Facebook – facebook.com/mikeshinoda – e no Twitter – @mikeshinoda – em parte porque eu gosto da interação que eles me dão com os fãs, mas também pela velocidade com que eu descubro notícias importantes. Das Olimpíadas até a sonda Curiosity da Nasa, minha comunidade no Twitter me informa exatamente o que está acontecendo no mundo, assim que acontece.
No final de Julho, a timeline do meu Twitter me chamou atenção. As pessoas estavam falando sobre uma grande queda de energia na Índia. Mais de 600 milhões de pessoas na Índia ficaram sem energia por quase dois dias. Isso é duas vezes mais que toda a população dos EUA; e doze vezes a população da Inglaterra – todos sem energia. Eu me imaginei acordando em um lugar como esse: escuro.
Além da perda do meu celular e dos meus computadores (que é assustador por si só), eu comecei uma lista de outras coisas básicas que eu sentiria falta. Sem cafeteria, sem TV, sem microondas, sem ar-condicionado. Aff. Mas enquanto a lista aumentava, as coisas foram ficando mais sérias.
E se eu me machucasse durante a noite e precisasse ir ao hospital? Todos os sistemas de monitoramento de ponta que piscam, bipam e me fazem sentir seguro – aqueles que permitem que os doutores vejam dentro do meu corpo e assim descubram como proceder – estariam fora de serviço. Refrigeradores que mantêm medicamentos e vacinas que podem salvar vidas não funcionariam; os medicamentos que precisam de refrigeração se tornariam inutilizáveis. E se eu precisasse fazer uma cirurgia no escuro?
Esse cenário está acontecendo todos os dias. Mais de um bilhão de pessoas – um em cinco seres humanos no planeta – não têm acesso a energia sustentável. Elas estão trabalhando e estudando no escuro. Elas estão cozinhando e aquecendo suas casas usando estrume e querosene, respirando a fumaça tóxica que afeta os pulmões e mata cerca de dois milhões de pessoas por ano. A maioria são mulheres e crianças.
Na Uganda, onde o acesso a energia é limitado, médicos precisam fazer partos no escuro, realizando cesarianas à luz de velas.
Foram coisas como essa que levaram meus colegas de banda e eu a começar a Music for Relief. A MFR foi fundada em 2005 para ajudar as vítimas de desastres naturais e ajudar a suavizar a mudança climática. A organização já arrecadou mais de 5 milhões de dólares, plantou mais de 1 milhão de árvores e ajudou os sobreviventes do tsunami do Oceano Indíco de 2004, assim como está ajudando os sobreviventes do Furacão Katrina, do terremoto Wenchuan na China, do terremoto de 2010 no Haiti e do terremoto e tsunami no Japão em 2011.
Nós temos feito parcerias com organizações como a Reverb, para definir o padrão de uma turnê ecológica, isso garante que existam rigorosas diretrizes em relação ao uso de energia, à reciclagem e à emissão de carbono.
No outuno, lançaremos um jogo no Facebook, um quebra-cabeça de ação que se chama Recharge, para arrecadar dinheiro e chamar a atenção para a energia sustentável. A iniciativa Power The World da MFR, com o apoio da ONU, continuará ajudando a levar energia sustentável a países como o Haiti.
A queda de energia indiana ressalta uma oportunidade para a Índia e vários países do mundo que estão em desenvolvimento de um recomeço. Construir um infra-estrutura sustentável eficiente cria o tom. Isso treina a comunidade a evitar o desperdício, incentivando a conscientização.
Isso melhora as condições de saúde além de permitir que as pessoas trabalhem, estudem e se divirtam em segurança à noite. O maior impacto acontece na economia de dinheiro, na melhoria dos negócios e na prestação de mais serviços através da criação de sistemas enérgicos – a base do vento, da água e da luz solar – que são inesgotáveis e limpos. O custo da tecnologia que capta essa energia está caindo rapidamente e está se tornando economicamente competitivo com os combustíveis fósseis.
Enquanto eu sento no meu refrigerado quarto de hotel, digito em meu notebook e confiro minhas mensagens, estou me preparando para o primeiro show da turnê norte-americana. No local do show, estaremos reciclando o lixo. Nossa equipe está usando ônibus a base de biocombustível e bebendo água em recipientes reutilizáveis.
O Linkin Park está doando 1 dólar por ingresso para a iniciativa Power the World. Estamos procurando maneiras de fazer mais. Minha esperança para as pessoas na Índia, no Haiti, em Uganda e para todos que estão tomando importantes decisões sobre energia é que eles encontrem uma maneira de fazer isso de forma sustentável.
Enquanto isso, eu continuarei pensando nas pessoas sem energia e em maneiras de levar energia a elas.
Assine a petição para contribuir para energia limpa e acessível em http://www.powertheworld.org/splash-video.html